Muitas empresas ainda tratam a gestão de pessoas como um conjunto de tarefas administrativas. Mas o que aconteceria se passássemos a encarar cada colaborador como parte vital de um ecossistema que move a empresa e transforma resultados? Pesquisas da consultoria Deloitte mostram que organizações que aplicam práticas avançadas de gestão de pessoas podem ser até 26% mais rentáveis do que aquelas que negligenciam esse aspecto.
Para o CEO da InCicle e especialista em gestão de pessoas focada em resultados, Rafael Giupponi, a gestão de pessoas não é apenas sobre funções ou cargos, é sobre olhar para cada indivíduo, entender seu potencial e criar condições para que ele contribua de maneira significativa.
Essa reflexão leva a outra questão importante. Se estamos realmente investindo em nossos talentos ou apenas buscando resultados imediatos? O gerenciamento de pessoas envolve muito mais do que recrutamento e seleção. Segundo especialistas, é preciso um olhar atento ao desenvolvimento, à motivação e à retenção de cada colaborador.
“Programas de capacitação, feedback constante e planos de carreira claros não são luxo, são ferramentas estratégicas para criar equipes engajadas e capazes de enfrentar desafios complexos. É uma realidade vivida por muitas empresas”, afirma.
Um exemplo prático pode ilustrar essa ideia. Em uma empresa de tecnologia, os gestores perceberam que muitos colaboradores tinham ideias inovadoras, mas não tinham espaço para colocá-las em prática. Criaram então um programa no qual cada colaborador podia apresentar projetos próprios, receber mentorias internas e ver suas propostas implementadas.
“Em um ano, o índice de engajamento da equipe aumentou 35%, a produtividade subiu e duas das ideias apresentadas se transformaram em novos produtos de sucesso no mercado. Esse tipo de iniciativa mostra como ações de gestão de pessoas bem planejadas podem gerar resultados concretos e motivar profissionais a se envolverem de verdade”, compartilha o exemplo.
Giupponi complementa ainda dizendo que investir em pessoas não é gasto, é estratégia. “Colaboradores valorizados e preparados produzem mais, permanecem mais tempo na empresa e ajudam a construir uma cultura sólida. Empresas que esquecem disso podem crescer no curto prazo, mas dificilmente se sustentam no longo prazo.”.
O CEO da InCicle afirma que o impacto vai além dos resultados financeiros. Equipes engajadas, motivadas e alinhadas com os objetivos da empresa contribuem para um clima organizacional saudável, reduzem a rotatividade e fomentam inovação. “Mais do que números, é sobre criar ambientes em que as pessoas sintam que pertencem, que seu trabalho importa e que sua contribuição faz diferença”, conta. “A gestão de pessoas é, na prática, a oportunidade de transformar empresas e vidas ao mesmo tempo”, completa.
