Em 2014, quase 203 mil brasileiros foram afastados do trabalho em razão de episódios depressivos, transtornos de ansiedade, reações a estresse grave e outras questões relacionadas à saúde mental. Uma década depois, os números mais que duplicaram, passando para mais de 440 mil afastamentos em razão de transtornos mentais e comportamentais, o maior número da série histórica.
Boa parte dos afastamentos em 2024 ocorreu por transtornos de ansiedade, que somaram 141.414 casos, seguidos por episódios depressivos, com 113.604 registros, e por transtorno depressivo recorrente, com 52.627. Os afastamentos por transtornos de ansiedade aumentaram mais de 400% em relação a 2014, quando somavam cerca de 32 mil.
A escalada dos afastamentos coloca em evidência o papel das empresas na promoção da saúde emocional e na criação de ambientes psicologicamente seguros. De acordo com Rafael Giupponi, CEO da InCicle e especialista em gestão de pessoas focada em resultados, o desafio está em compreender que a saúde mental não é um tema isolado, mas atravessa todos os aspectos da gestão de pessoas.
“Cuidar da saúde mental é também cuidar da produtividade, da comunicação e da cultura organizacional. Quando as pessoas se sentem escutadas, valorizadas e reconhecidas, há uma mudança concreta na energia do time e nos resultados da empresa”, afirma.
Entre as soluções estão a Pesquisa de Clima, que capta percepções e sentimentos dos colaboradores em tempo real; a Ouvidoria Digital, que garante um canal seguro e confidencial de escuta; e o Endomarketing com Avaliação de Competências, que conecta os colaboradores aos valores e objetivos estratégicos da empresa.
“As organizações precisam de mecanismos que deem voz às pessoas. Com a tecnologia, conseguimos traduzir o que antes era subjetivo em dados reais, ajudando o RH a agir com precisão e empatia. Esse é o primeiro passo para reduzir o adoecimento e criar empresas emocionalmente mais saudáveis”, finaliza.
*Com ABr





