Sua empresa pode ter a melhor tecnologia do mundo e ainda assim perder dinheiro todos os dias por falta de alinhamento entre colaboradores e estratégias. Não é exagero. Um levantamento feito pela Pumble, no ano passado, mostra que 86% dos profissionais apontam a falha de comunicação como a principal causa de problemas no trabalho e que equipes que se comunicam bem chegam a elevar a produtividade em até 25%.
Entre 2020 e 2025, por exemplo, a série de pesquisas Tendências em Comunicação Interna, realizada pela Ação Integrada em parceria com a Aberje, mostrou que engajar lideranças como comunicadoras segue há anos como o maior desafio das empresas, em especial nas organizações de até 5.000 colaboradores. Em outras palavras, muitas organizações falam de cultura organizacional, mas ainda tomam decisões no escuro.
Para o especialista em gestão de pessoas focada em resultados e CEO da InCicle, Rafael Giupponi, quando o RH fala a língua dos indicadores e conecta comunicação com metas de negócio, deixa de ser custo e passa a ser investimento que se paga em crescimento. Ele defende o conceito de RH Extraordinário, em que a comunicação interna deixa de ser produção de avisos e passa a ser um motor focado em resultados.
“Costumo dizer que a comunicação organizacional eficaz é a infraestrutura invisível de um RH Extraordinário. Quando um gestor de RH conecta rede social corporativa, campanhas de endomarketing, políticas claras, grupos colaborativos, quadro de avisos, cultura de feedback e agenda integrada, a conversa muda do que vamos comunicar para qual resultado de negócio queremos gerar com a comunicação”, afirma.
Segundo Giupponi, é exatamente nesse ponto que gestores de área, RH e alta liderança sobem juntos de patamar, atuando como uma única voz alinhada ao crescimento estratégico da empresa. “Com isso, a empresa consegue ter ganhos com a redução de falhas de comunicação, acompanhada do aumento diário de engajamento de seus colaboradores”, explica.
O especialista compartilha um exemplo de comunicação organizacional que a própria InCicle promove junto a seus colaboradores e parceiros. Imagine o lançamento de novas aplicações do sistema InCicle para a gestão de pessoas, projetos e cultura organizacional.
“Sem uma comunicação organizacional eficaz, o time de atendimento descobre a novidade pelo post no perfil oficial, os executivos do comercial (closers) usam argumentos diferentes na negociação e o suporte técnico responde clientes sem alinhamento de prazos. Imagina tudo isso acontecendo. Seria um caos, não?”
Com um ecossistema de comunicação integrado, o roteiro muda completamente, garante Giupponi. A área de desenvolvedores de novos produtos apresenta a novidade apta para comercialização, o RH e o marketing engajam com uma ação de endomarketing, o quadro de avisos digital reforça o comunicado nas unidades, grupos específicos discutem perguntas frequentes, líderes dão feedback sobre os primeiros dias e a agenda integrada garante que todos participem do treinamento obrigatório. “Todo o processo se torna rastreável, mensurável e orientado por dados de quem leu, quem engajou e onde ainda há ruído”, completa.
Ao levar essa lógica para o dia a dia, a startup passa a enxergar a comunicação como um fluxo vivo e contínuo. Alertas importantes não se perdem em caixas de e-mails, decisões deixam de depender de boatos de corredor e o clima organizacional melhora porque todos entendem o que está acontecendo, garante Giupponi.
“Com isso, o alinhamento entre times aumenta, o retrabalho diminui e os gestores ganham tempo para focar em estratégias em vez de apagar incêndios que nasceram de mensagens mal encaminhadas ou mal compreendidas”, afirma.
Para os profissionais e gestores de RH e coordenadores de áreas, esse movimento traz ainda um ganho de visão sistêmica. Fica mais simples, por exemplo, conectar recursos de rede social corporativa, campanhas de endomarketing, gestão de políticas, grupos, quadro de avisos, feedbacks e agenda integrada com os objetivos concretos como reduzir o tempo de resposta ao cliente, acelerar onboardings e fortalecer a cultura.
Com essa perspectiva, a comunicação deixa de ser apenas informativa e passa a ser estratégica e performática para impactos positivos e específicos. Se a sua empresa ainda não tem uma comunicação organizacional com eficácia, o primeiro passo, garante o especialista, é mapear os principais ruídos de comunicação, revisar quais canais realmente funcionam, ouvir colaboradores sobre o que atrapalha o fluxo de informação e, a partir daí, estruturar ações consistentes apoiadas em tecnologia. “O RH ganha protagonismo ao conduzir esse processo com dados e clareza de propósito, criando pontes entre áreas e transformando cada gestor em ‘embaixador’ de uma nova forma de comunicar, elevando o RH a um novo patamar”, finaliza.





