Movido pelo comportamento das novas gerações e a intensa competição por talentos, o mercado de trabalho evidencia a importância de os profissionais terem clareza sobre os rumos da própria carreira. Nesse contexto, o plano de carreira deixa de ser um conceito distante para assumir papel central, funcionando ao mesmo tempo como bússola para o desenvolvimento individual e ferramenta estratégica de retenção e engajamento.
Existem dois caminhos principais nesse processo, segundo o especialista em gestão de pessoas focada em resultados e CEO da InCicle, Rafael Giupponi. De um lado está o plano pessoal, elaborado pelo próprio profissional a partir de seus objetivos, valores e interesses, enquanto o planejamento organizacional, estruturado pela empresa para desenhar trilhas de crescimento, sucessão e oportunidades.
Giupponi explica que as empresas têm à disposição diferentes modelos para o desenvolvimento de colaboradores, que podem ser adotados conforme a cultura organizacional e as necessidades estratégicas. Alguns profissionais podem optar por se aprofundar como especialistas técnicos, enquanto outros seguem pela trilha da liderança de equipes.
“Há também estruturas que combinam gestão e conhecimento técnico, ideais para funções híbridas e multidisciplinares, além da carreira horizontal, comum em startups e negócios inovadores, que possibilita crescimento sem necessariamente ocupar cargos hierárquicos superiores. Cada modelo oferece clareza sobre quais competências devem ser desenvolvidas e quais oportunidades podem surgir ao longo da trajetória”, explica.

Para quem planeja o próprio futuro, o ponto de partida é o autoconhecimento. “Deve-se refletir sobre valores, interesses e metas de vida para tomar decisões mais consistentes e alinhadas ao propósito. Sempre recomendo a criação de planos alternativos, permitindo flexibilidade diante de mudanças no mercado ou imprevistos pessoais”, defende.
Assim, combinar modelos de carreira bem estruturados pelas empresas com o planejamento consciente dos profissionais cria uma “trilha de desenvolvimento” mais clara, estratégica e adaptável, fortalecendo engajamento, motivação e capacidade de obter resultados consistentes.
“Um plano de carreira bem desenvolvido é um catalisador de propósito, engajamento e desempenho. Quando o colaborador enxerga sua evolução de forma clara, ele se sente parte da estratégia da empresa e o RH assume o papel de protagonista nos resultados das organizações”, finaliza.