A retenção de talentos é considerada hoje como a maior preocupação das empresas brasileiras, superando produtividade e lucratividade, segundo a 30ª edição do Índice de Confiança da Robert Half. O levantamento, que entrevistou 387 gestores e profissionais de recrutamento, mostra que essa prioridade subiu duas posições em relação a 2024, enquanto a atração de profissionais avançou do sétimo para o quarto lugar.
Rafael Giupponi, especialista em gestão de pessoas focada em resultados e CEO da InCicle, explica que essa nova realidade exige uma mudança de mentalidade por parte de gestores e líderes de RH. “A retenção começa muito antes de qualquer pacote de benefícios. Ela nasce da experiência completa do colaborador, desde o primeiro contato no processo seletivo até seu desenvolvimento contínuo dentro da empresa”, afirma.
Segundo o especialista, no atual cenário, as empresas que tentam reduzir a taxa de turnover e fortalecer a competitividade têm apostado em um conjunto de iniciativas que vão muito além dos tradicionais salários e benefícios. Ele explica que programas de desenvolvimento do colaborador, por exemplo, são um dos pilares mais eficazes. “Os planos de carreira bem estruturados, trilhas de aprendizado e mentorias criam perspectivas de crescimento e demonstram ao profissional que a organização investe em seu futuro.”.
															O investimento em educação corporativa tem um importante papel nesse contexto. Ao oferecer capacitação constante e atualizada, a organização garante a evolução técnica e comportamental do time, alinhando-o às mudanças do mercado. “Outro fator de peso é a cultura de reconhecimento. Pesquisas de clima mostram que colaboradores que se sentem valorizados permanecem mais tempo e entregam melhores resultados. Feedbacks frequentes, celebração de conquistas e políticas de bônus e progressão salarial reforçam a sensação de pertencimento”, afirma.
															LIDERANÇA 
Nenhuma dessas iniciativas prospera sem líderes preparados para ouvir e conduzir. “A liderança é o elo que transforma políticas em prática. Líder que escuta, apoia e dá feedback cria vínculos que seguram talentos, mesmo em um mercado competitivo”, explica. 
Com estratégias bem desenhadas, comunicação transparente e uma cultura que valoriza pessoas, a retenção de talentos deixa de ser desafio para se tornar diferencial competitivo. Afinal, manter quem faz a empresa acontecer é o primeiro passo para qualquer plano de expansão. “Talento não fica onde não enxerga futuro. Empresas que unem princípios e práticas inovadoras constroem um lugar onde as pessoas querem permanecer e crescer. Retenção não é controle, é conexão”, finaliza.
				




