A 2ª edição do NEXTiN reuniu colaboradores na sede da InCicle, em São José dos Campos (SP), em um encontro dedicado a debater saúde mental e tecnologia na construção de culturas organizacionais sustentáveis. O evento, realizado no dia 9 de outubro, contou com a participação do executivo de RH, advogado e palestrante sobre saúde mental no trabalho, Raphael Rezende, e foi transmitido online para outros escritórios da InCicle.
Eleito Top Voice LinkedIn 2024 e conhecido nacionalmente como Rapha do RH, o especialista foi convidado pelo CEO da InCicle e especialista em gestão de pessoas focada em resultados, Rafael Giupponi.
Durante a apresentação, Rapha destacou que o Brasil é um dos países mais ansiosos do mundo, ocupando a quarta posição em níveis de estresse segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). “Quando a gente olha para isso e vê a NR1 ‘se estabelecendo’, percebe que surge uma oportunidade de marcar a consciência dentro dos negócios”, afirmou.
Ele explicou que, embora a NR1 já exista formalmente, seu foco é adicionar os riscos psicossociais como burnout e depressão à rotina de gestão de empresas. “Ela não é só uma norma, é uma orientação prática sobre como trabalhar, analisar riscos e criar ações. Quem não se adequar estará sujeito a multas, mas o que realmente impacta o negócio vai além da obrigatoriedade. É identificar, analisar e agir como se fosse um exame médico. Sem isso, não conseguimos resultados sustentáveis”, disse Rapha.
O palestrante trouxe à discussão a importância de entender a cultura organizacional de forma profunda e sustentável. “Muitas empresas ainda enxergam a questão da saúde mental como um custo ou um problema isolado, quando, na verdade, ela está diretamente ligada à produtividade e ao engajamento. Não se trata de ser psicólogo, é sobre criar condições para que pessoas e negócios prosperem juntos.”
Rapha compartilhou um case inspirador que apresentou também em um festival de inovação e tecnologia na América Latina. A história era sobre uma líder que havia assumido um time composto majoritariamente por colaboradores com algum tipo de transtorno mental.
“O time não foi planejado. Outros líderes o consideravam difícil de lidar. A nova líder trabalhou individualmente com cada colaborador, identificou fatores que poderiam agravar a saúde mental e implementou ações concretas. No final, a equipe não apenas entregou resultados, mas se tornou um exemplo de liderança inclusiva e cultura sustentável”, conta.
Compreender quais áreas ou times estão sujeitos a fatores de risco e criar ações preventivas é fundamental para qualquer organização que queira permanecer relevante no futuro do trabalho, segundo o palestrante.
“Estamos vivendo um momento embrionário da NR1. Mesmo com a lei publicada, sua eficácia plena começa em maio de 2026. As grandes mudanças virão nos próximos cinco anos. O mercado ainda está sendo educado e quem não se adaptar terá dificuldade em manter sustentabilidade, produtividade e engajamento. A pergunta que fica é se continuaremos operando do mesmo jeito, enquanto o mundo e as pessoas mudam ao nosso redor?”, afirmou.