Mérito deve ser o principal critério para promoção a cargos de liderança e gestão, aponta especialista
O mercado de trabalho é dinâmico e está em constante transformação. Nos últimos 15 anos centenas de empresas abriram suas portas para criar e promover a cultura da diversidade, encontrar novos talentos e trazer outras perspectivas para dentro das organizações, com a inclusão e a igualdade entre seus colaboradores.
A mudança comportamental de boa parte das empresas brasileiras e multinacionais em todo o mundo seguiu o pensamento da sociedade em torno da importância da cultura “woke”, um movimento para se referir à consciência de justiça social e racial.
Com esse tema em pauta, os RHs conseguiram tornar seus quadros de colaboradores mais diversificados como forma de alcançar a igualdade racial e a inclusão de pessoas com qualquer tipo de diversidade, seja por deficiência ou limitação física, idade, raça e gênero.
Tudo isso apontou que uma política mais inclusiva pode contribuir para um ambiente eclético e com diferentes opiniões e perspectivas, onde novas soluções são pensadas a todo momento, apesar de uma pesquisa da Korn Ferry, empresa global especializada em consultoria organizacional, ter revelado que apenas 14% das empresas que haviam criado políticas e iniciativas de diversidade acreditavam nos resultados efetivos dessas ações.
O risco está quando as empresas passam a criar cotas para cargos de liderança e estratégico, tornando a cultura da diversidade uma obrigação social e excluindo outros colaboradores da possibilidade de uma promoção de cargo por mérito, segundo Rafael Giupponi, especialista em gestão de pessoas focada em resultados e CEO da InCicle, startup brasileira de tecnologia em Recursos Humanos.
“Com isso, a empresa corre o risco de uma fuga de capital, que não é beneficiada por esta política e se sentir prejudicada por ela. A pluralidade tem de ser explorada pela empresa, principalmente na base, mas para cargos de liderança e gestores, colaboradores devem ser promovidos por mérito, com condições igualitárias”, afirmou.
Rafael Giupponi explicou que criar cotas em níveis de lideranças para representações de diversidade pode provocar a percepção de que o mérito está sem segundo plano gerando uma sensação de “injustiça”, porque a oportunidade acaba “conquistada” por alguém que representava uma característica que a empresa queria compor no quadro de perfis, em algum nível específico, naquele momento.
Vale lembrar que recentemente muitas empresas deram fim aos seus programas de incentivos à diversidade como as big techs Google e Meta, a Boeing e até a gigante do varejo Walmart.
“É importante destacar que promover a diversidade é essencial para a construção de um pensamento crítico e um ponto estratégico para qualquer organização, pois é a partir daí que a empresa consegue alcançar todos os públicos e pensar em soluções como um todo, porém a diversidade tem que ser vista com um diferencial competitivo e que pode contribuir para o crescimento da empresa, e não vista pelo aspecto social”, finalizou.

Rafael Giupponi
Especialista em gestão de pessoas focada em resultados e CEO da InCicle, startup brasileira de tecnologia em Recursos Humanos, e está disponível para conceder entrevistas.
Escrito por Rodrigo Machado
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