O RH pode e deve ser protagonista dos resultados de uma empresa. Foi com essa premissa que o especialista em gestão de pessoas e CEO da InCicle, Rafael Giupponi, ministrou a palestra “RH de Resultados” no segundo dia da programação do RH Summit 2025, em São Paulo.
Diante de uma plateia formada por 3.000 pessoas, entre líderes e gestores de RH, Giupponi começou relembrando sua trajetória profissional, desde o momento em que deixou São Paulo para atuar no Grupo Recol, em Rio Branco, no Acre. A experiência de 20 anos, segundo Giupponi, foi o ponto de partida para uma jornada de transformação. “Ali eu percebi que poderia ajudar outras empresas a estruturarem seus RHs de forma mais estratégica, conectada ao resultado financeiro do negócio”, conta.
O especialista explicou que o RH de resultados é construído a partir de uma mudança de postura. O primeiro passo, segundo ele, é romper com a dependência operacional. “O RH precisa parar de esperar ordens e assumir o protagonismo. Não dá para agir só quando alguém pede. É preciso apresentar soluções, mostrar dados, demonstrar impacto. Só assim a liderança começa a enxergar o verdadeiro valor do RH”, defende.
Na visão do CEO da InCicle, um dos erros mais comuns é o setor de Recursos Humanos criar metas próprias e desconectadas da realidade da empresa. “A bússola tem que estar sempre apontada para os objetivos do negócio. Se a empresa quer reduzir custos, aumentar faturamento ou diminuir o turnover, o RH precisa saber exatamente como contribuir para isso.”.
Ele enfatizou a importância de usar os mesmos indicadores financeiros da empresa para medir o sucesso das ações de Recursos Humanos. “Programas de desempenho, clima e avaliação só fazem sentido se estiverem alinhados com o que o negócio realmente precisa. Caso contrário, são só atividades burocráticas”, alerta.
RH Extraordinário
Ao longo da palestra, Giupponi detalhou as etapas para construir um RH extraordinário, que vai da proatividade até a interdependência com outras áreas da empresa. “O RH extraordinário é aquele que se torna o elo entre as necessidades das pessoas e os objetivos da empresa. Ele entende o que os times precisam para alcançar suas metas e atua como um facilitador desse processo.”.
No estágio mais avançado, o RH se torna interdependente, colaborando ativamente com outras áreas e projetos das organizações. “O ideal é quando o RH sabe como contribuir para chegar a um determinado resultado. É nesse momento que nascem os relacionamentos de sucesso, sustentados por diagnóstico preciso e confiança. Essa última é a variável oculta do sucesso”, destaca.
Giupponi também fez uma analogia para se referir ao mercado, que passa por transformação. “Existem dois tipos de Recursos Humanos. O ‘RH farmácia’, que só oferece o que está na prateleira, e o ‘RH médico’, que faz o diagnóstico, entende o problema e oferece uma solução. O produto do RH não pode ser a ferramenta, tem que ser a solução.”.
Ao final da apresentação, o CEO compartilhou a origem da InCicle. “Quando decidi encerrar minha carreira de executivo, comecei a sonhar com um sistema que fosse simples, intuitivo e útil no dia a dia das empresas. Não queria criar uma ferramenta para o RH. Queria construir uma solução para o negócio. E assim nasceu a InCicle”, finaliza.