Um levantamento realizado pela startup to.gather em parceria com o MIT Sloan Management Review aponta que 52,8% das empresas brasileiras não registraram impacto significativo em suas estratégias por meio de políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI). Nesse contexto, a chamada cultura woke, termo que se refere à ampliação da consciência sobre desigualdades e injustiças sociais, colocou a diversidade no centro do debate corporativo, especialmente em relação aos critérios para promoções a cargos de liderança.
O estudo foi realizado no primeiro semestre de 2025 com 305 empresas de 24 setores. Entre as organizações que perceberam algum impacto, positivo ou negativo, 17% indicaram que as mudanças foram pontuais. O relatório mostra ainda que, em 44,6% das empresas, a condução das políticas de inclusão está sob responsabilidade do gestor de recursos humanos.
O Panorama da Diversidade nas Organizações está disponível para consulta.

Segundo Giupponi, “usar a diversidade exclusivamente como política social ou critério isolado para promoção pode levar à percepção de estereótipos, desviando o foco do reconhecimento baseado em competências, desempenho e potencial.”
Ele acrescenta que o debate entre meritocracia e diversidade pode coexistir desde que as promoções a cargos de liderança sigam critérios claros e metas definidas.
“Processos seletivos internos geralmente têm como base o mérito, o desempenho e as competências. Quando são criadas reservas de vagas para grupos específicos em posições de liderança, pode surgir a percepção de desigualdade entre colaboradores”, explica.
Analistas veem a consolidação dessas práticas como um caminho para empresas que buscam inovação, atração de talentos com diferentes perspectivas e fortalecimento da reputação institucional. A tendência é que as iniciativas de inclusão passem a integrar a estratégia de negócios, com monitoramento constante e metas mensuráveis.
“Promover a diversidade é fundamental para a construção de um pensamento crítico e para alcançar diferentes públicos, permitindo o desenvolvimento de soluções mais completas. A diversidade deve ser entendida como um diferencial competitivo que contribui para o crescimento das organizações”, conclui.