A sede da InCicle, em São José dos Campos (SP), foi palco de um talk show dedicado a um dos maiores desafios do RH: motivar pessoas e times. Mediado pelo CEO Rafael Giupponi, especialista em gestão de pessoas focada em resultados, o bate-papo contou com a participação do professor Marcelo de Elias, referência em liderança e comportamento organizacional, e de Áurea Santos, especialista em transformar a vida de consultoras de RH por todo o Brasil e fundadora da Escola de RHs.
Giupponi iniciou a conversa provocando os convidados e a plateia. “Somos uma empresa de transformação. Como encantar não apenas clientes, mas também colaboradores e parceiros?”. Foi a partir daí que o debate deu início às reflexões sobre propósito, engajamento e cultura organizacional, conectando experiências práticas às teorias de gestão.
Áurea Santos apontou que muitos colaboradores não compreendem seu papel dentro da empresa. “A maioria dos RHs treina líderes, mas e o colaborador? Muitas vezes ele não se engaja porque só enxerga o que está fora, sem compreender o impacto que gera no todo”, disse.
Marcelo de Elias acrescentou que a motivação está relacionada ao significado do trabalho para o profissional. “Apertar um parafuso pode parecer simples, mas quando o colaborador entende que aquilo impacta o resultado final, a motivação cresce. Empresas podem contribuir, mas não podem assumir a responsabilidade da motivação. Ela envolve equilíbrio entre estímulos externos, internos e até transcendentais, quando encontramos propósito em causar impacto positivo no mundo”, defendeu.
O talk trouxe exemplos concretos. Áurea citou o trabalho de equipes de higienização em hospitais, que passaram a perceber que seu cuidado ajuda a salvar vidas. “Quando entenderam que seguiam processos que faziam diferença real, a postura mudou completamente. Isso é motivação de verdade”, afirmou.
Giupponi relacionou o exemplo à missão da InCicle. “Mais do que digitalizar empresas e RHs, temos um compromisso em encantar clientes e colaboradores, mas como levar isso ao time de forma que missão e valores sejam vividos no dia a dia?”
Marcelo de Elias trouxe a perspectiva da neurociência e da construção de hábitos. “Cultura é hábito, e só se consolida quando é simples. Se o uso de um sistema for difícil, o colaborador não cria rotina. É preciso mostrar que é acessível, valioso e que agrega valor para a carreira ou para um produto, por exemplo. Assim nasce o hábito e, com ele, a cultura”, explicou.
O debate também abordou situações delicadas, como a gestão de talentos resistentes a mudanças. Giupponi colocou na “mesa” uma outra discussão. “E quando temos uma pessoa muito boa, que não queremos perder, mas que resiste às mudanças?” Marcelo ressaltou a importância da escuta ativa. “A maioria das pessoas não pede demissão da empresa, mas do líder. É preciso conversar, alinhar expectativas e entender o que realmente incomoda. Às vezes, a frustração vem de expectativas equivocadas. A solução vem com diálogo transparente”, disse.
Áurea reforçou o papel do RH como influenciador e estrategista. “Não basta marcar reuniões sem dados. É preciso entender desejos, aspirações e mostrar caminhos. A maioria dos gestores de RH é mulher. Esse é um dos segmentos que mais cresce. Trabalhar com aspiração é trabalhar com propósito”, afirmou.
Para Marcelo, empresas como a InCicle podem ir além da tecnologia. “O desafio não é apenas vender uma solução, mas ajudar clientes a criar novos hábitos e formar cultura. Isso transforma organizações e gera cases inspiradores para novos negócios.”
No encerramento, Áurea deixou um recado sobre o impacto do RH. “Gostar de gente é essencial. Precisamos entender as aspirações, acompanhar de perto e nos orgulhar do impacto. Porque, no fim, estamos transformando pessoas, carreiras e vidas”, finalizou.
